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Quando o trabalho gera sofrimento e doença

                                                      SÍNDROME DO BURNOUT

(sofrimento na inclusão)

Burnout (burn-out) em português significa algo como,”fogo que queima para fora completamente”.

É uma síndrome através da qual o trabalhador perde o sentido da sua relação com o trabalho, é como se a energia que move e dá vida fosse perdida, e nessa perda o sujeito chegasse ao seu extremo , sendo que nada lhe interessa mais. Acaba a motivação, como um fogo que ao queimar seca toda a energia, todo o esforço parece inútil. É uma desistência de alguém que ainda está lá , trabalhando onde não mais suporta e não pode desistir deste trabalho; é uma “desistência simbólica”.

Esse vocábulo expressa um estado de stress físico e mental que acontece, principalmente, com profissionais que lidam diretamente com o público.

É um tipo de stress direcionado, uma resposta ao stress laboral crônico, uma espécie de “rejeição.  É um quadro clínico mental extremo de stress ocupacional, é uma condição e não uma doença. Ao fragilizar o sistema imunonológico, o indivíduo se torna susceptível à várias doenças.

Malasch,  pesquisadora e criadora do termo Burnout, descreve a síndrome como um mal estar, uma tensão emocional crônica que só acontece no trabalho através do contato direto com as pessoas,  mas que é antecipada por um quadro de stress anteriormente instalado.

O stress é uma reação do organismo diante de uma situação conflitante, nova, de alegria ou desespero, onde há uma enorme descarga de hormônios como cortisol e adrenalina, quebrando a homeostase (equilíbrio) do organismo. Uma descarga contínua desses hormônios gera o stress crônico. Ele é provocado por fatores estressores, socioeconômico-pessoal.

Pode ser agravado por predisposição genética e leva o organismo a adoecer, causando inclusive morte precoce.

Essa síndrome hoje se tornou um dos grandes problemas que estão a atingir um grande grupo de profissionais de diversas áreas, principalmente em áreas que lidam diretamente com o pùblico.

Como o stress, o burnout caracteriza-se por 3 fases:

 

Primeira fase:

-Exaustão Emocional, afetivamente àrido, o profissional se sente esgotado emocionalmente.

-Despersonalização- sua relação com clientes e colegas de trabalho se torna ruim,”coisificação” das relações.

Falta de envolvimento pessoal no trabalho- Distanciamento dos afazeres, desorganização, escassez no rendimento e perda da habilidade para atender os usuários e clientes.

Nessa primeira fase o profissional se mostra mal-humorado,cansado, apático, esgotado, como que saturado de tanta

“dor na alma,”chegando então à insatisfação total.

 

Na segunda fase, as relações afetivas se tornam frias, sem evolvimento pessoal; a interação com os clientes e colegas se restringem, há um endurecimento e desvalorização do “ser”, tudo se “coisifica”. O outro é visto como objeto e não como sujeito, não há mais calor humano.

 

Na terceira fase o profissional já não sonha, não planeja. Há uma total desmotivação pessoal e profissional.

Essa insatisfação que antes girava em torno do trabalho agora afeta todas as áreas da vida já que o “ir e vir” ao trabalho tornou-se um problema para o estado psicofisiológico do sujeito.

 

Nesse caso os fatores estressores ou desencadeantes são as variáveis físicas, sociais, psicológicas e organizacionais:

-Tipo de ocupação profissional ligado diretamente com o público.

-Sobrecarga de trabalho.

-Relação profissional/empresa. Sente-se desvalorizado.

-Desestabilidade no emprego ou cargo dentro da empresa.

-Conflitos interpessoais com o grupo ou o chefe.

-Desorganização da empresa

-Falta de qualificação para o cargo-  a empresa exige que o funcionário exerça uma função sem  capacità-lo .

 

Esses fatores levam à perda de energia pela grande expectativa do indivíduo diante das demandas e crescimento profissional muitas vezes inalcansáveis.

-Reduzida realização no trabalho

-Desumanização.

-Fadiga emocional,física e mental.

-Sentimento de impotência e inutilidade.

-Falta de entusiasmo pelo trabalho.

-Baixa auto-estima.

 

Portanto diante desse quadro de sintomas e comportamentos podemos dizer que o profissional entrou em “estado de Burnout”.

 

Os cofres públicos já sentem o reflexo desse “mal estar”, urge criar novas manobras ou estratégias empresariais na relação empregado e empregador, já que a o materialismo exacerbado trouxe também consigo o distanciamento nas relações, Somos antes de tudo humanos.

É necessário que haja uma conscientização nesta área para que possam buscar medidas preventivas e mesmo tratamento médico e psicoterapêutico, já que hoje temos profissionais especializados emTerapia do Stress.

 

 

Dra. Maria de Fátima Araújo Martins

Psicoterapeuta clínica e empresarial.

psyfatima@yahoo.com.br

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