A Libido feminina é (super) estimulada com técnicas indicadas para tratar incontinência urinária, enchendo os consultórios de mulheres jovens.
Até pouco tempo atrás, profissionais especializados em exercitar os músculos do assoalho pélvico tinham basicamente dois tipos de clientela: mulheres com mais de 50 anos, com dificuldades de controlar a urina ou um pouco mais jovens, com a mesma queixa, fruto de longos trabalhos de parto.
Agora, graças a um eficaz boca a boca, a faixa etária foi ampliada e até quem nunca passou por uma gravidez tem procurado ajuda para fortalecer os dez músculos que compõem o assoalho pélvico. O motivo?
Melhorar o desempenho sexual e reativar a libido adormecida. “As mulheres que faziam o tratamento para incontinência urinária começaram a perceber que seu desempenho melhorava bastante, e uma coisa foi levando à outra”, explica a fisioterapeuta Simone Rosembaum, especializada em uroginecologia.
O ótimo “efeito colateral” não chega a ser surpresa. Como qualquer outro músculo do corpo, os do períneo – outro nome dado a essa região – têm de ser exercitados para não perderem a forma. “Cada um dos músculos tem uma função específica e ‘precisa de um tipo de exercício”, explica Simone, que recorre a bolinhas (vindas do pompoarismo), pesos em forma de cone, choques e exercícios de contração longa e rápida para trabalhar a região.
Ao fortalecer os músculos pélvicos, a paciente passa a ter mais controle dos movimentos e da pressão da vagina durante o ato sexual. “E isso pode ser muito excitante para a mulher e também para o parceiro, explica Simone.
Além do efeito fisico, tem o psicológico. “A mulher pensa menos em sexo que o homem, que é mais sensível aos apelos visuais. O fato de se lembrar da região diariamente para fazer os exercícios vira um estímulo”, completa.
A publicitária Cristiane Paronetto procurou a ajuda de. uma fisioterapeuta especializada em uroginecologia depois de nascimento de seu segundo filho.
No meio do tratamento – que dura em média dez sessões -, a libido, segundo Cristiane voltou.
“Passei a ter muito mais prazer do que estava acostumada.
Seguindo a indicação da minha fisioterapeuta, comecei usando as bolinhas na hora do banho, depois praticava com a ajuda do meu marido. Isso ampliou muito nosso horizonte na cama. Hoje os exercícios são tão importantes na minha rotina quanto a renovação do botox”
O tratamento fez com que o conversasse mais sobre sexo. “Era novidade, que tinha vontade de comentar com ele. Com isso, ampliamos muito nosso horizonte na cama.Hoje, ela indica o tratamento para todas as amigas e continua executando os exercícios.
Para fazer este tratamento, o primeiro passo é fazer uma avaliação funcional do aparelho pélvico, para medir a força que cada mulher consegue fazer naquela região. A partir daí, define-se o peso do cone e das bolinhas e se há necessidade de estimulos elétricos para ativar algum músculo enfraquecido.
Balé, ioga e pilates também ajudam a “acordar” e fortalecer essa musculatura.
VOGUE BRASIL 164