Fonte:Estadodeminas |
Se “felicidade se acha é em horinhas de descuido”, como assegurou o escritor Guimarães Rosa, a professora de inglês Érika Amâncio Caetano, de 33 anos, resolveu encaixar essas desejadas horinhas na conturbada rotina semanal. Adepta de atividades físicas, ela começou em 2009 a realizar um sonho, o de dançar balé. De lá para cá, sentiu a vida ganhar outras cores. “É um momento de distração, de relaxamento e de conhecimento do próprio corpo. Esqueço de tudo lá fora”, conta Érika com o entusiasmo de quem vê mais leveza na vida. “Tenho uma grande satisfação e o equilíbrio que ganho aqui se estende para todas as esferas da minha vida”, garante.
Atividades físicas e a busca de uma meta que faça sentido na vida são alguns dos conselhos que mais de 1,4 mil alunos da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, buscaram ouvir do psicólogo israelense Tal Ben-Shahar.
A palestra foi, durante anos, a mais famosa da prestigiada faculdade de Boston, desbancando o curso de introdução à economia, por décadas a aula mais frequentada. Todos na esperança de descobrir como alcançar a felicidade.
Em vez de orientações mirabolantes, os passos a serem dados são simples, assim como deve ser a vida.
Além de simplificar, é preciso praticar a arte da gratidão, importantes temperos da felicidade. “Um bom exercício é escrever uma carta para a pessoa a quem se é grato por algo. Ou, antes de dormir, escrever coisas positivas que aconteceram ao longo do dia”. A ideia é conseguir saborear momentos que normalmente passam despercebidos na correria do dia a dia.
Elevação da autoestima e valorização dos pontos fortes também fazem parte do processo. “Em vez de ressaltar as dificuldades e os pontos fracos das pessoas, a ideia é potencializar as virtudes no processo de tratamento”.
“Não se trata de descartar as dificuldades, mas sim de aplicar técnicas que destaquem o que cada um tem de melhor para progredir mesmo diante das dificuldades”.
LONGE DO DINHEIRO Para quem resumiria esta reportagem em apenas uma palavra, dinheiro, é comprovado que essa alternativa não faz parte da caminhada rumo à felicidade.
Acredite ou não: pesquisas realizadas com ganhadores da loteria nos Estados Unidos revelaram que depois de um ano eles voltaram a ter o mesmo grau de felicidade de quem não ganhou prêmio em dinheiro.
É o que os cientistas chamam de adaptação hedonística, que faz com que as pessoas se adaptem rapidamente às mudanças, sejam elas boas ou ruins.
“É uma vantagem adaptativa principalmente para que quando uma coisa ruim aconteça a pessoa não sofra para sempre”, explica a professora de meditação transcendental Eliana Homenco. O mesmo vale para situações de extrema felicidade, que certamente terão prazo para acabar. O desafio é rechear o dia de momentos prazerosos.