Hénia de disco e Dor ciática.
A dor ciática não é uma patologia em si, mas um conjunto de sintomas que pode ser causado por inúmeras condições.Estes sintomas resultam da compressão do nervo ciático próximo à sua origem (entre a região lombar e a região glútea) e envolvem dor que começa nas costas e irradia para baixo pela face posterior da pernas.
No caso da compressão do nervo ciático os sintomas serão sentidos na parte de trás da coxa, mas também poderá irradiar para a região anterior do joelho ou percorrer toda a região posterior da barriga da perna e pé.
A dor ciática geralmente é desencadeada por um movimento a que se atribui pouca importância, como curvar-se para apanhar algum objeto, e caracteriza-se pela gravidade dos seus sintomas, muitas vezes impedindo o paciente de se movimentar normalmente.
Se a compressão do nervo se prolongar no tempo, tecido fibroso pode se formar em volta do local da compressão, podendo levar a uma perda permanente da função do nervo afetado.
A dor ciática pode ser causada por uma hérnia discal lombar, por alterações degenerativas da coluna lombar, por estenose do canal medular, por espondilolise e espondilolistese ou por síndrome do piramidal. Outras causas menos comuns são tumores, infecções e fraturas.
Ainda não está claro o porque de algumas pessoas desenvolverem hérnias discais e outras não, mesmo quando fazem o mesmo trabalho ou levantam o mesmo tipo de objetos.
Aparentemente algumas pessoas têm uma parte externa do disco menos resistente do que outras.
Alguns fatores de risco são: trabalho que envolve muita elevação de pesos, ou que necessite ficar muito tempo sentado (principalmente dirigindo), esportes que envolvam elevação de peso ou rotações repetitivas do tronco, tabagismo, obesidade e aumento da idade (o disco vai acumulando alterações degenerativas ao longo dos anos).
Cirurgia. Quando operar?
A cirurgia só é uma opção em alguns casos, caso os sintomas não aliviaram após cerca de no mínimo tres meses após tratamento havendo perda importante da força muscular, sensibilidade e reflexos.
O objetivo da cirurgia é remover a parte herniada do disco. Isso pode algumas vezes atenuar os sintomas.
No entanto, na maioria das vezes não funciona. Também, como com todas as operações, há o risco da cirurgia.
Deverá aconselhar-se com um especialista, e se houver resposta favorável ao teste de movimentos dentro da técnica Mckenzie, o tratamento dentro desta técnica é indicado, afastando a indicação da cirurgia.
Método McKenzie de tratamento da coluna vertebral
O método McKenzie de diagnóstico e terapia mecânica é um sistema de classificação e tratamento para pacientes com dor lombar, e foi desenvolvido em 1981 por Robin McKenzie, um fisioterapeuta da Nova Zelândia.
A abordagem segundo o método McKenzie pode ser dividida em 3 etapas:
Avaliação, tratamento e prevenção.
A avaliação baseia-se no registo de uma relação consistente de causa-efeito, tanto a partir da história do comportamento da dor, quanto da resposta da dor ao teste de movimentos repetidos e posições mantidas.
Aplicando uma progressão sistemática de forças mecânicas (causa), o fisioterapeuta utiliza a resposta da dor (efeito) para monitorizar as alterações no movimento e na função. O distúrbio subjacente pode então ser identificado rapidamente através dos achados objetivos do exame de cada paciente.
A resposta sintomática mais comum e significativa é a Centralização, fenômeno em que a dor irradiada, originária da coluna, regride progressivamente em direção à linha média da coluna e é eliminada, em resposta à aplicação deliberada de estratégias de carga.
A centralização indica a chamada “direção de preferência”, ou seja, aquela em que se deve aplicar o movimento terapêutico. Esse movimento pode ser flexão, extensão, inclinação lateral ou rotação, ou uma combinação destes.
O Diagnóstico Mecânico de McKenzie, determinado a partir da avaliação, classifica os pacientes com apresentações mecânicas similares em subgrupos bem definidos (síndromes) para determinar o tratamento adequado.
McKenzie identificou três síndromes mecânicas a que chamou: Síndrome de Desarranjo, Síndrome de Disfunção e Síndrome Postural.
• Síndrome de Desarranjo – deformação mecânica causada por ruptura anatómica ou deslocamento dentro do segmento do movimento, resultando em dor e limitação funcional
• Síndrome de Disfunção – deformação mecânica de tecidos moles limitados estruturalmente (cicatriz, fibrose, aderência, encurtamento adaptativo) causando dor e limitação funcional
• Síndrome Postural – deformação mecânica de tecidos moles normais causada por stress postural prolongado e resultando em dor
Cada síndrome é abordada de acordo com a sua natureza única, com procedimentos mecânicos específicos, utilizando movimentos repetidos e posições mantidas. A Síndrome de Desarranjo, em que o fenómeno da Centralização ocorre, é a mais comum.